quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Um pouco da história do Djembê

           No triângulo Kurussa - Niani - Niagassola, entre Guiné e Mali, no oeste da África, desenvolveu-se um grande império que obteve grande expansão, tornando-se o maior e o mais prestigiado império africano da Idade Média – O Império Mandinga ou Kendê-Mandê. Os mandingas teriam vindo do Leste, e se instalado em três províncias: O país de Do, o Kiri e Ba-ko e formavam uma confederação de clãs onde podemos citar entre eles os Camará, Traorê, Condê, Kurumá e Konatê, entre outros. Após uma longa hegemonia dos Camará, depois dos Traorê, os Konatê dominam a região, e é com uma ramificação deste clã, os Keita, que se inicia o Império, sob o comando de Sundjata Keita (1205 – 1255).

São de origem Mandinga os grupos étnico-linguísticos : Malinkê, Bambara, Dioula, Bobo, Sussu, Soninkê, Bozo, Bisa, Kuranko, Tomã, Mende, Tura, Dan, Koniakê, Guerzê, Manon, Kpelê, Gouro, Ligbi, San, Busa, Way e Gagu. Os três primeiros dessa lista possuem mínimas diferenças lingüísticas e são considerados os “fundadores” de todo o tronco Mandinga.

A música e a dança estão presentes em todas as solenidades Malinkês e na maior parte das reuniões populares até os dias atuais, onde unem e transformam numa só manifestação, simbiótica e alegre.

O djembê (fala-se djembê ou djembé) é um tambor em formato de cálice, confeccionado em tronco de madeira escavado (originalmente o Lenkê). É originário dos Mandingas, mas não há uma precisão de datas e há várias histórias e lenda sobre a sua invenção. Alguns asseguram que foram os ferreiros/engenheiros (Numu), a partir de abrangentes necessidades de comunicação e manutenção social. E seu formato é assim pois dizem que ele foi feito a partir de um pilão... Ele já passou e passa por diversas evoluções e transformações em seu formato e na sua montagem, onde sua afinação possibilita freqüências sonoras extremamente agudas, devido à chegada das cordas sintéticas, dos aros soldados, e das ferramentas que auxiliam a “puxada da pele”. Existem relatos de antigos djembês com cravelhas como as do Sabar e djembês afinados com cunhas, como atabaques. Se compararmos gravações antigas (de 1930 a 1950) com as mais recentes (a partir do fim da década de 50 e início de 60 até hoje) vemos que os djembês tinham uma afinação muito mais baixa.

A grande força do djembê é o seu conceito de “falar”, onde a personalidade do músico, sua educação, sua cultura e seu conceito de mundo ficam em evidência, uma vez que os Malinkês, um dos principais grupos étnicos dos mandingas, são considerado como “Pessoas da Fala”. Dão grande importância à colocação das palavras.Os djembefolás (pessoas que fazem o djembê falar) sempre foram considerados de "homem de nada" (mófu), o mais baixo na hierarquia dos instrumentistas, sendo que até hoje eles podem sofrer a repulsa dos pais de suas futuras noivas. Eles só começaram a ganhar destaque na Guiné e depois internacionalmente com a revolução do presidente Sekou Touré, que recrutou os melhores artistas de cada aldeia e etnia e patrocinou inúmeros grupos de música Pop no formato de Big Bands (22 pessoas ou mais) assim como balés regionais e os de porte internacional.

Atualmente os djembefolás são responsáveis por um turismo cultural intenso na Guiné, onde muitos são respeitados como heróis nacionais e vivem muito bem no exterior, voltando periodicamente para ministrar seus workshops e movimentar a economia guineana
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4 comentários:

  1. Olá,

    Meu nome é Cristiano Pacheco, sou percussionista e desenvolvo um trabalho nas escolas públicas de Salvador-BA. O nome do projeto é TAMBORIZANDO e tem como objetivo levar um pouco da nossa música e cultura para os alunos. Estava olhando seu blog e gostei muito, parabéns pela iniciativa!!! Também tenho um blog destinado para a divulgação do meu trabalho e a sua opinião é muito importante para o crescimento e desenvolvimento do projeto.

    Grato,
    Cristiano Pacheco
    msn pachecobox@hotmail.com
    www.cristianopacheco.blogspot.com

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  2. Ola, sou percussionista e fabrico djembes,comesei em São Paulo com o mestre Lumumba em 85 fazendo outros instrumentos e moro atualmente em GoiâniaVi um djembe uma vez que tinha uma afinação com as cordas trançadas de uma forma diferente ,era uma malha uniforme que formava lozangolos,gostaria de obter uma foto desse formato para estudar e reproduzir.Muito obrigado.
    Alemão Coró./OCI ALABÊ

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  3. Boa tarde! Entrei no google e achei esse blog mto interessante. Sou de São Paulo - Capital e tenho o maior interesse em aprender tocar djembê. Se possivel se alguem conhecer onde posso obter locais que lecionam essas aulas por favor me passem.E-mail: agsgabriel@hotmail.com
    Obrigado

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  4. Bom dia, saberia me dizer quando e como foi a introdução do Djembe no brasil???

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