
São de origem Mandinga os grupos étnico-linguísticos : Malinkê, Bambara, Dioula, Bobo, Sussu, Soninkê, Bozo, Bisa, Kuranko, Tomã, Mende, Tura, Dan, Koniakê, Guerzê, Manon, Kpelê, Gouro, Ligbi, San, Busa, Way e Gagu. Os três primeiros dessa lista possuem mínimas diferenças lingüísticas e são considerados os “fundadores” de todo o tronco Mandinga.
A música e a dança estão presentes em todas as solenidades Malinkês e na maior parte das reuniões populares até os dias atuais, onde unem e transformam numa só manifestação, simbiótica e alegre.
O djembê (fala-se djembê ou djembé) é um tambor em formato de cálice, confeccionado em tronco de madeira escavado (originalmente o Lenkê). É originário dos Mandingas, mas não há uma precisão de datas e há várias histórias e lenda sobre a sua invenção. Alguns asseguram que foram os ferreiros/engenheiros (Numu), a partir de abrangentes necessidades de comunicação e manutenção social. E seu formato é assim pois dizem que ele foi feito a partir de um pilão... Ele já passou e passa por diversas evoluções e transformações em seu formato e na sua montagem, onde sua afinação possibilita freqüências sonoras extremamente agudas, devido à chegada das cordas sintéticas, dos aros soldados, e das ferramentas que auxiliam a “puxada da pele”. Existem relatos de antigos djembês com cravelhas como as do Sabar e djembês afinados com cunhas, como atabaques. Se compararmos gravações antigas (de 1930 a 1950) com as mais recentes (a partir do fim da década de 50 e início de 60 até hoje) vemos que os djembês tinham uma afinação muito mais baixa.
A grande força do djembê é o seu conceito de “falar”, onde a personalidade do músico, sua educação, sua cultura e seu conceito de mundo ficam em evidência, uma vez que os Malinkês, um dos principais grupos étnicos dos mandingas, são considerado como “Pessoas da Fala”. Dão grande importância à colocação das palavras.Os djembefolás (pessoas que fazem o djembê falar) sempre foram considerados de "homem de nada" (mófu), o mais baixo na hierarquia dos instrumentistas, sendo que até hoje eles podem sofrer a repulsa dos pais de suas futuras noivas. Eles só começaram a ganhar destaque na Guiné e depois internacionalmente com a revolução do presidente Sekou Touré, que recrutou os melhores artistas de cada aldeia e etnia e patrocinou inúmeros grupos de música Pop no formato de Big Bands (22 pessoas ou mais) assim como balés regionais e os de porte internacional.
Atualmente os djembefolás são responsáveis por um turismo cultural intenso na Guiné, onde muitos são respeitados como heróis nacionais e vivem muito bem no exterior, voltando periodicamente para ministrar seus workshops e movimentar a economia guineana.